[Resenha #10] O Cemitério - Stephen King

em domingo, 20 de setembro de 2020

Louis Creed é um médico recém contratado por uma universidade que acredita que encontrou seu lugar em uma pequena cidade do Maine. Ele está feliz com seu novo trabalho, com sua nova casa, a esposa Rachel e seus dois filhos Ellie e Gage. Louis rapidamente faz amizade com um casal de idosos que mora do outro lado da estrada, Jud e Norma Crandall. 

A propriedade de Louis conta com uma extensa área e abriga um "semitério" dos bichos, onde as crianças e jovens enterram seus animaizinhos que morreram. Logo quando se mudam para a casa, Jud leva a família Creed para conhecer o local. Outra informação importante que Jud dá a Louis é sobre a estrada na qual a propriedade se situa: vários animaizinhos já morrem atropelados lá, então o melhor a se fazer é manter Church, o gato da família, dentro de casa.

Mesmo com o aviso do amigo, Church acaba sendo atropelado na estrada. Pensando em todo o apego que Ellie tem com o gato e o fato de que ela ainda não está preparada para lidar com o conceito da morte, Jud leva Louis para um terreno além do "semitério", o Cemitério Micmac. Os dois enterram Church ali e para a total descrença do médico, no dia seguinte Church está de volta. Um pouco diferente do que ele era antes, mais abobado e com um estranho cheiro de terra, mas vivo!

Acredito que esta talvez seja a resenha mais difícil que eu já escrevi (e olha que eu já escrevi muitas no Lívia Neves Blog e no falecido Sweet Books). Acho que talvez por ter começado esta leitura sem pretensão nenhuma, apenas para acompanhar um clube de leitura que participo e este livro se tornou o meu favorito do Stephen King e um dos meus favoritos da vida. Então se torna uma grande responsabilidade colocar em palavras tudo o que senti ao ler este livro a ponto dele se tornar um favoritado.

Minha relação com o gênero terror começou quando eu era pequena e acompanhava meus irmãos e primos nas sessões de filmes de horror. Me tornei uma fã do gênero. E como boa leitora e fã de terror, eu não poderia deixar de ler os livros de Stephen King. Quem conhece as obras do autor sabe como ele consegue construir uma história que te envolve até o fim. Talvez o início seja um pouco difícil, porque se tem algo que o King gosta de fazer é construir a história tijolinho por tijolinho, ambientando a obra e descrevendo os personagens com riqueza de informações.

O Cemitério foi assim. Ele construiu uma história de terror. Logo que Louis começa a trabalhar na universidade ele atende um jovem chamado Pascow que acabou de sofrer um acidente e acaba falecendo. Louis não tinha muito o que fazer pelo rapaz, ele estava praticamente morto quando chegou. Mas a forma como Pascow morreu e o sonho que Louis tem com ele logo no início do livro mexeram comigo. Eu tive um sonho com o Pascow. Não cheguei a ter medo, mas o fato de sonhar com isso mostra o tipo de terror que King consegue fazer: aquele que mexe com sua cabeça.

Dito isto, eu poderia passar um bom tempo escrevendo aqui sobre como Ellie é a minha personagem favorita de todo o livro, sobre Oz "o Gande e Teível", sobre como eu amei a presença de Church na história (sou a louca dos gatos), como eu gostei da amizade que se desenvolveu ente Jud e Louis ou sobre como o livro é pesado (acredite em mim, tem ao menos uma cena em que você precisa parar para respirar um pouco). Mas acho que se eu ficasse entrando em detalhes sobre isso, gastaria um bom tempo e ainda sim não colocaria em palavras o meu sentimento com relação a este livro.

O Cemitério é apenas uma obra-prima do terror. Tentar descrever este livro é uma tarefa difícil. É um livro que precisa ser lido para que cada um forme sua opinião. Eu nunca me senti tão angustiada quanto me senti com esta leitura e até agora, quase um mês depois de terminar  livro, ainda estou digerindo  o final.

Título: O Cemitério
Autor: Stephen King
Editora: Suma
Onde comprar: Amazon

[Resenha #09] Yamesh: Onde nasce a consciência - Feu Franco

em sexta-feira, 11 de setembro de 2020

Em Yamesh conhecemos Austin, um programador Júnior da empresa Ninatec, que um dia criou um perfil em um aplicativo de namoro e conheceu Shay. Ela é uma garota que sabe o que quer e corre atrás para alcançar seus objetivos. Um dia acabam se encontrando e Austin acaba vivenciando, literalmente, uma experiência mágica. Ele entra na chama gnose, uma forma de conhecer "outros mundos". Todos os indivíduos tem uma "réplica" sua em outros planetas e Austin acaba indo parar no corpo de Rihu, um guerreiro de Yamesh que seria sua "réplica".

Aqui a Terra se chama Malehk. E Yamesh é um mundo parecido, mas completamente diferente. É um mundo em que plantas e animais são diferentes daqueles que conhecemos. As pessoas vivem em uma sociedade estruturada de forma diferente, não existem posses, nem dinheiro. As pessoas trocam trabalho ou bens materiais por outros bens.

Austin demora um pouco a se acostumar com o que está passando ao assumir a vida de Rihu. Em Malehk ele era apenas um nerd e agora em Yamesh é o guerreiro responsável por lutar em uma grande guerra cujo objetivo é restaurar a paz em Yamesh.

Yamesh foi um livro cujo inicio não foi fácil de ser lido. Achei muito parado e eu não estava entendendo bem o que estava acontecendo pois o autor lança palavras e termos que ainda não compreendemos bem (como gnose ou o que são os 51% que ele tanto fala). É um livro complexo, mas quando começamos a entender o mitologia que Feu Franco criou a leitura passa a se tornar fluida e você só quer saber de ler e ler mais.

Um dos aspectos que mais me cativou durante a leitura foi a quantidade de referências que Feu Franco faz ao longo de seu livro: Alice no país das maravilhas, The big bang theory, O rei leão, The legend of Zelda, Stephen King e muitas outras. Basicamente, em cada capítulo ele fez pelo menos uma referência a algum filme/livro/série ou a alguém. E eu adoro pegar referência assim em livros, porque nos dá ideia de quais foram as inspirações que o autor usou para criar aquela história.

Outro ponto positivo que encontrei no livro foi o desenvolvimento dos personagens. Yamesh não fica focado apenas em Austin/Rihu, embora toda a história se passe através dos olhos dele. Eu particularmente gostei muito da Kara e da forma como o autor retratou a guerreira a descoberta de sua sexualidade (ao menos me pareceu que Kara estava ainda descobrindo o que sentia). Também gostei das Feylas e de saber que elas não precisam ser necessariamente monstros. Fiquei me perguntando inclusive se o nome da Arya teria alguma relação com Game of Thrones e também como faço para adotar uma haha.

Além de toda uma nova realidade, Feu trouxe para a história elementos comuns ao nosso dia a dia, que são delicados e que precisam ser mais retratados na literatura, como o assédio que mulheres sofrem em seu local de trabalho ou o respeito ao outro dentro de um relacionamento (e aqui, digo respeito ao outro como indivíduo, que quer continuar tendo a sua individualidade).

Yamesh é uma fantasia nacional que me surpreendeu muito pela complexidade do universo que foi criado em toda a sua riqueza de detalhes.


Título: Yamesh - Onde nasce a consciência
Autor: Feu Franco
Onde comprar: Amazon
*e-book atualmente disponível no Kindle Unlimited

Livros, filmes e séries favoritas de agosto

em segunda-feira, 7 de setembro de 2020

2020 está sendo um ano atípico não só pela pandemia que estamos vivendo, mas também por estar passando muito rápido. Eu simplesmente não consigo acreditar que já chegamos em setembro. Particularmente, este ano está complicado para mim devido ao meu mestrado, cujas atividades encontram-se paralisadas desde março e como eu não consegui prorrogação as coisas vão ficar um pouco corridas quando eu voltar aos meus experimentos. Mas, enquanto isso não acontece, eu aproveito para ler e assistir muitas coisas.

Leituras

Minhas metas de leitura em agosto foram ousadas. Eu não consegui cumpri-las, mas fiz boas leituras. Comecei o mês lendo Vingança Mortal, continuação da série mortal da J D Robb (Nora Roberts) e eu continuo loucamente apaixonada pelo Roarke e amando a dinâmica dele com a Eve.

 No 3 O'Clock Reading Club nós lemos O Cemitério do Stephen King e eu simplesmente amei esse livro! Se tornou o meu favorito do King e em breve eu pretendo resenhar aqui no blog. Ainda do King, eu comecei a leitura de Salem e vou terminar agora em setembro na Kingtona. 

Iniciei a leitura de Yamesh que também vou terminar agora em setembro e estou gostando. É uma fantasia que envolve a existência de diversas realidades que podemos visitar. Eu larguei temporariamente a leitura de O Conto da Aia. O livro é bom, mas não é uma leitura para meu momento atual e eu não quis forçar. 

Comecei a ler Despedaçados, livro que recebi em parceria com o Grupo Editorial Quimera e que retrata um relacionamento entre uma moça que sofreu violência doméstica e um rapaz que ficou viúvo muito jovem. O livro envolve principalmente a temática de superação.

Compre o e-book ou leia pelo Kindle Unlimited

Filmes

Já em relação a filmes, este mês de agosto foi parado. Eu sei que assisti um filme no primeiro fim de semana do mês e era de ação, mas simplesmente não me recordo o nome.

Séries

Na parte das séries o mês foi bem agitado. Eu maratonei The Good Doctor. Na verdade simplesmente engoli os 56 episódios da série em cerca de uma semana. Voltei a assistir as séries da DC, estou tentando ver tudo em ordem cronológica, porque antes eu maratonava cada um em separado e os crossovers foram ficando confusos na minha cabeça. 

Assisti os 8 episódios que a Netflix liberou de Lucifer e ainda não consegui ter uma opinião bem definida a respeito da temporada, apenas posso dizer que esperava mais. E comecei a assistir Unforgettable no Globoplay. É a história de uma detetive que tem uma síndrome hipermnéstica, o que faz com que ela se lembre de tudo o que viu. Eu assistia essa série na TV há alguns anos, mas não cheguei a terminar. E voltei a ver Dark. É uma série que eu gosto muito, mas que eu não consigo assistir com certa frequência porque ela me cansa um pouco. Então vou assistindo de pouquinho em pouquinho.

E o mês de agosto de vocês, como foi?

[Resenha #08] - Despedaçados, Vivian Lemos

em quarta-feira, 2 de setembro de 2020

Lauren é uma mulher que sempre acreditou que não era boa o suficiente para muitas coisas. Fora criada assim e isso se refletiu em seu casamento. Casada com seu primeiro namorado, ela vive presa em relacionamento abusivo sem perceber até que, em um ataque de ciúmes, é espancada até quase morrer.

Thomas é um professor de literatura que tem um relacionamento complicado com os pais. Dedicou sua vida à literatura enquanto seus pais queriam que o filho assumisse a diretoria da empresa da família. Se casou com uma professora de história, mas logo teve que lidar com a perda precoce da esposa para um câncer agressivo.

Dois corações despedaçados se cruzam e eles percebem que tem várias coisas em comum, como a  paixão pela literatura. Apesar da crescente conexão que surge entre os dois, muitas cicatrizes existentes precisam ser superadas. Mas, juntos eles podem curar seus corações castigados pelo sofrimento.

Lauren tem um história bastante comum, infelizmente. Vê-la se descobrindo e percebendo que é uma mulher forte e capaz de muitas coisas é revigorante. Como ela mesma diz, Thomas não foi o responsável por isso, mas fez parte de sua jornada de autoconhecimento. E a dinâmica do relacionamento dos dois é cativante. Thomas é um verdadeiro lorde inglês, um mocinho de livros para ninguém colocar defeito.

Além dos dois, outros personagens de destaque são as irmãs do casal, Kate e Meg, e a avô de Thomas. As três são responsáveis por aliviar um pouco do sofrimento deles e serem portos seguros. Aproveito para destacar também a presença de um gatinho chamado Byron. Pesquisando um pouco mais sobre a autora descobri que ela ama gatos e sempre dá um jeitinho de colocar um gato em suas histórias.

A escrita de Vivian Lemos é muito fluida. Em cerca de duas tardes li as 235 páginas do livro. Um aspecto que me agradou muito foi o fato do livro ser recheado de referências literárias, incluindo citações de poemas. Eu fiquei com vontade de conhecer mais o trabalho de Lord Byron por causa das inúmeras referências que o livro faz a seus poemas.

Eu particularmente não gostei da forma como um dos personagens reagiu a um acontecimento próximo ao fim do livro, mas isso não impactou minha impressão global sobre o livro. Despedaçados é um romance para aquecer o coração e mostrar que recomeços podem existir para corações que conheceram a dor.

* Despedaçados é um livro para pessoas acima de 18 anos. O livro pode conter pontos sensíveis para pessoas que sofreram violência doméstica ou passaram por relacionamentos abusivos. Este livro foi recebido em parceria com o Grupo Editorial Quimera.

Título: Despedaçados
Autor: Vivian Lemos
Editora: Quimera
Onde comprar: Amazon
*e-book atualmente disponível no Kindle Unlimited